Leni Riefenstahl

Apesar de partilharem a mesma cultura, o mesmo período histórico, o mesmo ofício, Marlene Dietrich e Leni Riefenstahl pertenciam a mundos opostos. Marlene era o anjo antifascista, já Leni era considerada a bruxa nazista. Uma, o produto de fantasias masculinas e a outra, produtora de imagens de heróis. Marlene, a liberal; Leni, a romântica. Marlene, a vamp andrógina e Leni, a ingênua assexuada.

Leni Riefenstahl
Leni Riefenstahl (22 de agosto de 1902 – 8 de setembro de 2003) nasceu em Berlim e só não foi bailarina por causa de uma lesão no joelho. Impedida de dançar, começou a se dedicar ao cinema e chamou a atenção de Hitler com o primeiro trabalho que dirigiu, A Luz Azul. A convite de Führer, fez o filme O Triunfo da Vontade (1934), em que documentou a convenção do Partido Nacional-Socialista, em Nüremberg. Posteriormente dirigiu Olympia (1938), sobre a Olimpiada de Berlim, em 1936. Ambos são celebrados por suas inovações técnicas e estéticas e até hoje são referencia na realização de documentários.

Após a Segunda Guerra Mundial, ela passou quatro anos presa num campo de concentração francês, mas nunca foram encontradas provas de seu envolvimento com os crimes nazistas. Ela nunca mais conseguiu produzir outros filmes de destaque e acabou se dedicando à fotografia, o que levou a registrar tribos de guerreiros no Sudão (Nuba). Perto dos seus 80 anos, começou a praticar fotografia submarina e fez documentário da vida nos mares, lançado no dia do seu centésimo aniversário.

Texto gentilmente cedido pela jornalista Mônica Kanitz.